Dorival Caymmi, descobridor de mares que banham toda a música do Brasil
30/04/2024
(Foto: Reprodução) Compositor baiano, que faria 110 anos, tem obra e face humana expostas em documentário em cartaz nos cinemas com direção de Daniela Broitman. ♪ MEMÓRIA – Hoje Dorival Caymmi (30 de abril de 1914 – 16 de agosto de 2008) faria 110 anos de vida. A face humana do artista está exposta em documentários como Dorival Caymmi – Um homem de afetos, ora em cartaz nos cinemas do Brasil com produção, direção e roteiro de Daniela Broitman. Também enfocada no filme, a obra está eternizada no mundo e entranhada na trilha sonora do Brasil.
A rigor, nada mais há ser dito de novo sobre o cancioneiro de Caymmi, desbravador de mares na música do Brasil. Ainda assim, vale rebobinar no dia de hoje, por conta da efeméride, velhos conceitos sobre essa obra modernista que cristalizou imagem romântica da Bahia no imaginário nacional.
Foi na velha São Salvador (BA), cidade-matriz das canções praieiras e dos sambas buliçosos do compositor, que Caymmi nasceu e se criou compositor. Ao pegar um Ita na Bahia para vir morar na cidade do Rio de Janeiro (RJ), Dorival continuou com a Bahia no pensamento, mas, uma vez nos mares cariocas, fez emergir leva modernista de sambas-canção compostos a partir dos anos 1940 sem melodrama e com o requinte do artista, ouvires da canção.
Também pintor, Caymmi parecia fazer música como se a canção fosse uma tela na qual as tintas e os traços surgiam, precisos, no tom exato, no tempo certo, sem pressa e sem pressão, fazendo surgir imagens em letras que retrataram as paisagens e o povo da Bahia.
Não, não fazes favor nenhum em gostar da obra de Caymmi. Dorival Caymmi foi grande, imenso, não coube nas dimensões continentais do Brasil. Mas acontece que ele era baiano e, por isso mesmo, poucos compositores foram tão brasileiros, tão fiéis ao samba da terra e aos mares desbravados em águas que banham eternamente toda a música do Brasil.
